MP investiga maus tratos a animais no Parque da Cidade, em Aracaju (SE)
Instalações inadequadas, macacos-pregos convivendo com ratos, quarentenário precário e um urso norte-americano que ainda está se adaptando ao clima quente do Nordeste brasileiro. Estes foram alguns dos problemas que motivaram, na manhã de sexta-feira (9), uma visita de inspeção do promotor de Justiça Sandro Costa, juntamente com fiscais do Ibama, Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) e Polícia Ambiental, ao zoológico do Parque da Cidade (em Aracaju, Sergipe). A denúncia de maus tratos aos animais partiu do Centro de Pesquisas Ecológicas, Culturais e Ambientais (Cepecs) e da Associação Defensora dos Animais São Francisco de Assis (Adasfa).
"A gente já visitou uma série de locais. Ano passado, passamos na Reserva Florestal do Ibura. O Parque da Cidade a gente vem visitando desde setembro do ano passado e detectamos que alguns animais estão enjaulados de forma inadequada", apontou o administrador do Cepecs, Carlos Eduardo Silva. Segundo ele, a preocupação maior está concentrada nas instalações do leão e principalmente do urso, visto que o animal, que é acostumado com o clima frio, está vivendo numa jaula sem cobertura e que fica exposta ao sol o dia todo. "O único local que ele tem para se esconder do sol é um abrigo de concreto e sem ventilação, que mais parece uma sauna. Dá para perceber que os dois animais estão sofrendo", disse. "O urso foi uma aquisição vinda do zoológico de Recife e vivia lá há mais de 20 anos. Isso já aponta uma adaptação do animal ao clima brasileiro", rebateu Joubert Pimentel.
Os policiais ambientais detectaram que as aves também estão em instalações inadequadas, sem espaço para voar. Já a ilhota onde vivem os macacos-pregos está infestada de ratos. No entanto, o veterinário responsável pelo zoológico, Joubert Pimentel, informou que a denúncia não procede e que todos os animais estão instalados de forma correta, "inclusive são bem alimentados. Obedecemos o horário de alimentação de cada um deles, até porque cada animal possui um cardápio específico", completou, ao acrescentar que os abrigos de concreto são ventilados por dentro. "Eles não têm problemas com o calor. Mas admito que ainda faltam alguns pontos de melhora para os animais e faço críticas com relação ao posicionamento de algumas jaulas com relação ao sol", declarou.
Segundo Pimentel, a única solução, visto que o parque já está erguido, é amenizar o impacto da luz com sombreamento de plantas. Uma das saídas apontadas pelas ONGs é o sombreamento artificial das jaulas, enquanto a vegetação cresce. "O que nós vamos fazer agora é esperar o relatório do Ibama e da direção do parque sobre as situações encontradas, para deliberar as ações", comentou o promotor Sandro Costa. As ONGs denunciaram ainda que durante a reforma do Parque da Cidade os animais ficaram instalados na quarentena, que é uma área de recuperação de animais doentes, durante mais de 10 meses. "O local tem um mau cheiro insuportável. Os animais ficaram estressados e alguns até adoeceram. Isso é uma degradação do próprio parque. Zoológico não é um local onde os animais devem ser maltratados", disse Carlos Eduardo.
No zoológico do Parque da Cidade existe atualmente 550 animais, de 46 espécies, numa área de 15 hectares. Para cuidar dos animais, a equipe veterinária é composta por dois médicos e cinco estagiários. A administração do zoológico tem um prazo de 20 dias para encaminhar ao Ministério Público estadual a documentação que comprova a regularidade de funcionamento do local, assim como a licença ambiental provisória e situação do licenciamento definitivo, cópia do livro de registro da fauna, comprovação fotográfica da conclusão da reforma da área de quarentena. O Ibama vai realizar uma inspeção no parque e deve encaminhar à Promotoria do Meio Ambiente, num prazo de 30 dias, a informação sobre a regularidade da documentação do zoológico junto ao órgão licenciador.
(Fonte: Moema Lopes / Jornal da Cidade)
"A gente já visitou uma série de locais. Ano passado, passamos na Reserva Florestal do Ibura. O Parque da Cidade a gente vem visitando desde setembro do ano passado e detectamos que alguns animais estão enjaulados de forma inadequada", apontou o administrador do Cepecs, Carlos Eduardo Silva. Segundo ele, a preocupação maior está concentrada nas instalações do leão e principalmente do urso, visto que o animal, que é acostumado com o clima frio, está vivendo numa jaula sem cobertura e que fica exposta ao sol o dia todo. "O único local que ele tem para se esconder do sol é um abrigo de concreto e sem ventilação, que mais parece uma sauna. Dá para perceber que os dois animais estão sofrendo", disse. "O urso foi uma aquisição vinda do zoológico de Recife e vivia lá há mais de 20 anos. Isso já aponta uma adaptação do animal ao clima brasileiro", rebateu Joubert Pimentel.
Os policiais ambientais detectaram que as aves também estão em instalações inadequadas, sem espaço para voar. Já a ilhota onde vivem os macacos-pregos está infestada de ratos. No entanto, o veterinário responsável pelo zoológico, Joubert Pimentel, informou que a denúncia não procede e que todos os animais estão instalados de forma correta, "inclusive são bem alimentados. Obedecemos o horário de alimentação de cada um deles, até porque cada animal possui um cardápio específico", completou, ao acrescentar que os abrigos de concreto são ventilados por dentro. "Eles não têm problemas com o calor. Mas admito que ainda faltam alguns pontos de melhora para os animais e faço críticas com relação ao posicionamento de algumas jaulas com relação ao sol", declarou.
Segundo Pimentel, a única solução, visto que o parque já está erguido, é amenizar o impacto da luz com sombreamento de plantas. Uma das saídas apontadas pelas ONGs é o sombreamento artificial das jaulas, enquanto a vegetação cresce. "O que nós vamos fazer agora é esperar o relatório do Ibama e da direção do parque sobre as situações encontradas, para deliberar as ações", comentou o promotor Sandro Costa. As ONGs denunciaram ainda que durante a reforma do Parque da Cidade os animais ficaram instalados na quarentena, que é uma área de recuperação de animais doentes, durante mais de 10 meses. "O local tem um mau cheiro insuportável. Os animais ficaram estressados e alguns até adoeceram. Isso é uma degradação do próprio parque. Zoológico não é um local onde os animais devem ser maltratados", disse Carlos Eduardo.
No zoológico do Parque da Cidade existe atualmente 550 animais, de 46 espécies, numa área de 15 hectares. Para cuidar dos animais, a equipe veterinária é composta por dois médicos e cinco estagiários. A administração do zoológico tem um prazo de 20 dias para encaminhar ao Ministério Público estadual a documentação que comprova a regularidade de funcionamento do local, assim como a licença ambiental provisória e situação do licenciamento definitivo, cópia do livro de registro da fauna, comprovação fotográfica da conclusão da reforma da área de quarentena. O Ibama vai realizar uma inspeção no parque e deve encaminhar à Promotoria do Meio Ambiente, num prazo de 30 dias, a informação sobre a regularidade da documentação do zoológico junto ao órgão licenciador.
(Fonte: Moema Lopes / Jornal da Cidade)
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