05 março 2007

USO DE CHIMPANZÉS EM MEDICINA: UM FRACASSO


Projeto R&R de Liberação de Chimpanzés
Quando aconteceu o surgimento da SIDA, há mais de 25 anos, o Governo norte-americano montou um frenético esforço de trazer chimpanzés da África, ao mesmo tempo em que os reproduzia em cativeiro. Um chimpanzé bebê era vendido anos atrás, e pago com dinheiro do contribuinte norte-americano por US$ 60,000 dólares, para ser usado em experiências médicas, sem base nem fundamento científico, porém no afã de procurar uma vacina contra a Sida, o Ebola e outras doenças da época. Todo aquele esforço fracassou estrondosamente, deixando milhares de chimpanzés órfãos, traumatizados e aleijados em laboratórios de pesquisas sem destino definido. Foi um dos piores massacres que um país já realizou contra nossos irmãos esquecidos, e em nome de uma pseudociência.
O Projeto R&R norte-americano completou agora o primeiro de uma série de estudos que examinam a eficácia – ou carência dela – de usar chimpanzés em pesquisas e testes médicos. Numa análise inicial prova-se que o uso destes primatas trouxe pouco ou nenhuma contribuição para o progresso do conhecimento clínico em humanos.
Entre 1995 e 2004, foram publicados 740 estudos envolvendo chimpanzés e foram escolhidos 95 dos mesmos para ver os resultados. Destes 49,5%, a metade nem tinha sido citado por outros pesquisadores ou trabalhos científicos, 35,8% foram citados por outros pesquisadores, porém sem comentar vantagens auferidas por esses trabalhos. Só 14,7% daquela amostra, especificamente 14 trabalhos dos quase 100, foram mencionados em 27 outros trabalhos subseqüentes.
O Diretor do Projeto R&R, Dr. Jarrod Bailey, concluiu: “Os resultados são amplamente ignorados, e os mencionados contribuíram muito pouco para a medicina humana. Nós devemos usar os milhões de dólares gastos com chimpanzés em pesquisa médica de forma mais ética e humana, e o Projeto R&R continuará investigando sua eficácia – se alguma existiu”.