01 dezembro 2006

ONG quer remoção de humanos para salvar tigre da extinção



A ONG indiana Centro para a Ciência e o Meio Ambiente (CSE) insistiu com o governo para desenvolver medidas urgentes que contribuam para a salvação do tigre, e que incluem a transferência de 19.000 famílias que vivem no coração das reservas da espécie.

Em entrevista coletiva, a diretora do CSE, Anita Narain, ofereceu uma série de recomendações à recém-criada Autoridade de Conservação do Tigre, para que lute contra a "combinação mortal" que formam a caça clandestina e a ira das pessoas que vivem nos arredores dos hábitats do animal.

Segundo o último censo disponível, na Índia há 3.642 tigres, dos que aproximadamente a metade vive nas 28 reservas existentes, e compartilham esses espaços com cerca de 19.000 famílias, localizadas em 273 povoados.

O custo para deslocar essas pessoas, de acordo com os dados do CSE, supera os 570 milhões de euros, e quase se quadruplica se forem levadas em conta as 66.000 famílias que vivem em áreas próximas às reservas.

Pelo menos no papel, a Índia tentou, durante os últimos 30 anos realocar esses habitantes em outras áreas, mas os resultados, segundo denunciou Narain, foram pobres: embora os moradores de 80 povoados tivessem abandonado as áreas de reserva, muitos deles voltaram, por causa das más condições dos novos assentamentos.

"É preciso considerar as necessidades das pessoas, porque uma má estratégia de realocação é má para a conservação e, portanto, má para os tigres", assinalou Narain. (Efe/ Estadão Online)