19 março 2007

Banco Mundial financia pecuária na Amazônia em projeto polêmico

O grupo Bertin vai levar US$ 90 milhões para duplicar sua capacidade de abate de bovinos na Amazônia paraense, o que pode aumentar o desmatamento e a grilagem de terras. Entretanto, o acordo, se cumprido, terá avanços do ponto de vista do combate ao trabalho escravo.

O Banco Mundial aprovou, na última quinta-feira (8), através de seu braço financeiro para a iniciativa privada, a IFC (sigla em inglês para Corporação Financeira Internacional), empréstimo de U$ 90 milhões ao frigorífico Bertin, o segundo maior do Brasil.

A verba será empregada principalmente na ampliação da capacidade de processamento de carne e couro do Bertin na Amazônia. Dentre as 15 unidades do grupo no Brasil, entre curtumes e frigoríficos, quatro ficam nessa região: Cacoal (RO), Redenção, Conceição do Araguaia e Marabá (PA). Há também uma hidrelétrica em Campo Novo dos Parecis (MT) e outros três empreendimentos a caminho: a construção de um curtume em Marabá, a remodelação de um frigorífico recém-adquirido em Água Boa (MT) e a construção de outro em local ainda não divulgado. A ação é parte de um plano maior de expansão e modernização da empresa orçado em U$S 424 milhões.

Somente em Marabá, o projeto prevê um aumento de 100% no número de cabeças de gado abatidas: hoje são 800 ao dia, até 2009 serão 1.600. E os impactos desse boom de pecuária na floresta têm gerado repercussão negativa na mídia, e polêmica entre movimentos sociais e ambientalistas.

http://envolverde.ig.com.br/?materia=29129