30 março 2007

Chineses querem continuar a usar órgãos de tigres


Órgãos e ossos são usados na medicina tradicional do país
Alguns criadores de tigres chineses pediram hoje que a proibição da venda de órgãos desses animais seja anulada, afirmando que uma retomada do mercado de medicina tradicional chinesa, à base de ossos e de outros órgãos do tigre, ajudaria na preservação da espécie em extinção.
A China proibiu em 1993 a venda de ossos, pele e outras partes do corpo dos tigres, o que levou praticamente à suspensão das atividades do mercado de medicina tradicional chinesa.
Antes da proibição, a China era o maior consumidor de remédios feitos com órgãos dos grandes felinos. Os criadores de tigres lamentaram as graves perdas econômicas.
Wang Liang, diretor geral do Parque Heilongjiang para tigres siberianos, e Zhou Weisen, diretor do Parque para tigres e ursos Guili Xiongsen, declararam hoje em uma entrevista coletiva que o veto não impede a diminuição do número de tigres, e causa danos aos pacientes devido à menor variedade de remédios disponíveis no mercado.
"Se existem vias de aproveitamento legais e os pacientes puderem obter legalmente os remédios de que precisam, feitos com ingredientes extraídos dos ossos do tigre, poderíamos reduzir a compra de ossos no mercado negro", disse Wang.
"Esperamos que o governo permita a produção de remédios por meio dos nossos métodos oficiais, que estão sob o nosso controle", continuou Wang. "Também esperamos que as principais organizações para preservação dos tigres nos ajudem".
"Se não resolvermos essa situação imediatamente, a sobrevivência de mil tigres estará ameaçada", concordou Zhou, que também lamentou a perda anual de 35 milhões de yuan (cerca de 3,3 milhões de euros) do seu parque, local também de criação de animais, onde a população de tigres chegou a 1.300 espécimes.
Os ossos de tigres são usados em um remédio tradicional que cura qualquer tipo de doença, desde problemas dermatológicos e cansaço à malária e reumatismo. Já a pele do tigre, segundo a crença popular, é um potente afrodisíaco.
Os ambientalistas temem que o governo chinês ceda às pressões dos empresários do setor, que querem a volta do comércio de órgãos de tigre, argumentando que isso ameaçaria os esforços feitos para salvar os animais.
De acordo com estimativas dos ambientalistas, restam no mundo entre cinco mil e sete mil tigres em estado selvagem, a maior localizados parte na Índia.
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