Expectativa de vida de cães na região metropolitana de São Paulo é baixa
Idade média de sobrevivência dos animais foi de 36 meses e os de porte médio, grande e gigante tiveram maior longevidade que os menor porte. Doenças infecciosas, neoplasias e traumas foram as principais causas de mortalidade.
Os cães são criados, muitas vezes, de acordo com a rotina de vida dos seres humanos, geralmente, cometendo-se o erro de incorporar maus hábitos ao seu cotidiano, privando-os de sua vida instintivamente saudável e de seus hábitos naturais. Tais alterações acabam por se refletir diretamente na sua expectativa de vida. Acredita-se que existam cerca de 1.490.412 cães somente na cidade de São Paulo e que a média de animais por residência seja de 1,53. Entretanto, não existem trabalhos sobre a expectativa de vida da população canina ou sobre as causas de morte desses animais. Nesse sentido, Eduardo Bondan e equipe da Universidade Paulista resolveram determinar a idade de morte de cães na região de São Paulo, assim como identificar suas principais causas.
Para tanto, foram analisados dados correspondentes a 2.011 animais provenientes de um hospital veterinário universitário, de clínicas particulares, de canis e de proprietários particulares. De acordo com artigo publicado na edição de julho/agosto de 2007 da revista Ciência Rural, “o conhecimento das causas mais comuns de doenças e óbitos em cães pode auxiliar no estabelecimento e na adoção de medidas preventivas prioritárias e na educação dos proprietários. Atenção e dedicação por parte de proprietários e médicos veterinários são necessárias para que se possa elevar o tempo de sobrevivência dos cães”.
Os pesquisadores constataram que a idade média de sobrevivência dos animais foi de 36 meses. Os de porte médio, grande e gigante tiveram maior longevidade que os cães de porte pequeno. As fêmeas viveram mais que os machos e os animais castrados viveram mais que os não-castrados. Além disso, eles verificaram que as causas mais importantes de mortalidade foram as doenças infecciosas, as neoplasias e os traumas. “Muitas destas doenças podem ser controladas por programas simples de imunoprofilaxia, que deveriam ser iniciados nas primeiras semanas de vida. Entretanto, em decorrência da falta de conhecimento, das dificuldades econômicas da população e da negligência dos proprietários, tais enfermidades acabam ainda por se constituir num fator determinante de mortalidade”, afirmam no artigo.
De acordo com os especialistas, os resultados mostram que a expectativa de vida de cães na região metropolitana de São Paulo é muito baixa, refletindo a necessidade de se investigar outras regiões e se pensar em medidas gerais para o aumento da sobrevida dos animais de estimação no país. “Outro achado importante é que as doenças infecciosas constituíram a principal causa de morte, independentemente da raça, mostrando que programas de prevenção não são realizados a contento”, destacam no artigo.
Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)
(www.notisa.com.br)
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