Adoçante humano pode matar cachorros
Jeff Nesmith
em Washington
O xylitol, um substituto do açucar usado em gomas de mascar, doces, pasta de dente e outros produtos, pode matar um cachorro que o ingerir, e a frequência de casos parece estar aumentando.
Especialistas em intoxicação animal alertaram veterinários e donos de animais neste sábado de que os casos de intoxicação acidental de cachorros deverão ser mais freqüentes conforme o xylitol é adicionado a um número crescente de produtos humanos.
Um cachorro que consuma apenas alguns chicletes adoçados com xylitol deverá ser levado imediatamente a um veterinário, disseram Eric Dunayer e Sharon Gwaltney-Brant em um artigo no "Journal of the American Veterinary Medical Association". "Os cachorros reagem ao xylitol de maneira diferente dos humanos", disse Dunayer em uma entrevista por telefone. "A substância parece sobrecarregar o fígado deles."
O veterinário acrescentou que uma pessoa geralmente absorve cerca de 50% do xylitol utilizado como adoçante, mas os cães parecem absorver quase 100%.
Promovido como um "produto de açúcar natural", o xylitol não provoca os picos de produção de insulina que afetam as vítimas do diabetes tipo 2 depois de consumir açúcar ou grandes quantidades de carboidratos. Também há indícios de que o produto não causa cáries dentárias - e pode até inibi-las.
Mas quando um cão welsh springer spaniel de 28 quilos recentemente engoliu quatro grandes bolinhos de chocolate que continham o adoçante os resultados foram terríveis, disseram Dunayer e Gwaltney-Brant no artigo publicado. Depois de três dias de diarréia com sangue, vômitos e sinais vitais próximos dos níveis de emergência, o animal morreu.
Um poodle de 3 anos e 31 quilos que comeu cinco ou seis biscoitos adoeceu 24 horas depois e morreu no dia seguinte. E um terrier escocês de 7 quilos que comeu 30 pedaços de goma de mascar morreu cinco dias depois. Um labrador retriever de 35 quilos comeu meio quilo de pó de xylitol e depois de uma grave doença se recuperou.
Os dois especialistas do centro de controle de intoxicações da Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade a Animais em Urbana, Illinois, disseram que tiveram três casos de intoxicação por xylitol em 2003, seguidos por 82 casos em 2004, 193 no ano passado e 140 no primeiro semestre deste ano.
Veterinários de outras regiões dos EUA pareciam não saber sobre os perigos do xylitol - ou não tinham encontrado casos de cães que o tivessem ingerido.
Porta-vozes do Hospital Animal Belvedere em West Palm Beach, Flórida, e da Clínica Animal Dessau em Austin, Texas, disseram não conhecer qualquer incidente de intoxicação com xylitol. "Os clínicos devem tratar a ingestão de xylitol de maneira agressiva, para evitar conseqüências e que podem pôr em risco a vida do animal", escreveram Dunayer e Gwaltney-Brant. "Retardar o tratamento, mesmo em um cachorro sem sinais clínicos, pode aumentar o risco de necrose hepática fatal [danos ao fígado]."
Na web: centro de controle de intoxicações da Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade a Animais: www.aspca.org/site/PageServer?pagenamepro-apcc
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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