Governo dos EUA deve liberar consumo de animais clonados
Para os cientistas, não há diferença entre o clone e o original. Já o público encara os derivados de clones com desconfiança, o que preocupa a indústria
WASHINGTON - A Administração de Alimentos e Drogas (FDA, na sigla em inglês), órgão do governo dos Estados Unidos que disciplina o mercado de alimentos e de remédios, deverá liberar, ainda nesta semana, a venda ao consumidor de carne e leite de animais clonados, informa o jornal The Washington Post, ao mesmo tempo em que cita pesquisas de opinião indicando que o público tem pouco entusiasmo por esse tipo de produto.
Segundo o Post, a divergência entre a evidência científica - que indica que os derivados de animais clonados são virtualmente idênticos aos de animais "naturais" - e o sentimento do público, de desconfiança frente a esse tipo de alimento, levanta uma questão regulatória: os produtos feitos a partir de clones devem ser rotulados como tal?
"Não há razão científica" para exigir a rotulação, conclui relatório de cientistas da FDA. Mas pode haver razões sociais e econômicas. Segundo uma representante da indústria de laticínios ouvida pelo Post, a venda de produtos à base de leite e carne poderia cair até 15%, nos EUA, se o uso de produtos clonados for autorizado de forma indiscriminada.
Clones são criados a partir de uma única célula extraída do corpo do animal original. Se o processo é bem-sucedido, o resultado é o equivalente a um irmão gêmeo - ainda que mais jovem - do original.
Estima-se que 150, dos nove milhões de vacas leiteiras dos Estados Unidos, sejam clones.
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