30 novembro 2006

Vacas causam mais mal ao meio ambiente do que os carros, diz FAO



ROMA, 29 Nov (AFP) - O setor pecuarista é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa no mundo e é mais nocivo que o dos transportes, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). "O setor pecuarista gera mais gases de efeito estufa, os quais ao serem medidos em seu equivalente em dióxido de carbono (CO2) são mais altos que os do setor do transporte", sustenta a entidade da ONU.

A pecuária não só ameaça o meio ambiente, mas também é uma das principais causas da degradação do solo e dos recursos hídricos, acrescenta a organização, cuja sede fica em Roma.

Segundo o relatório da FAO, o esterco é responsável por boa parte das emissões de gases de efeito estufa.

"O setor pecuarista é responsável por 9% do CO2 procedente de atividades humanas, mas produz um percentual muito mais elevado dos gases de efeito estufa mais prejudiciais", acrescenta o relatório.

"Gera 65% do dióxido nitroso de origem humana, que tem 296 vezes o Potencial de Aquecimento Global (GWP, na sigla em inglês) do CO2. A maior parte deste gás procede do esterco", dizem os especialistas.

Para a FAO "é preciso encontrar soluções urgentes".

Para Henning Steinfeld, um dos autores do estudo e chefe da subdireção de Informação Pecuarista e Análise e Política da entidade, a cada ano a humanidade consome mais carne e produtos lácteos, o que acaba afetando gravemente o meio ambiente.

"O custo ambiental por cada unidade de produção pecuária tem que ser reduzido pela metade, apenas para impedir que a situação piore", advertiu o documento.

O setor pecuarista é o meio de subsistência para 1,3 bilhão de pessoas no mundo e supõe 40% da produção agrícola mundial.

Para muitos camponeses pobres dos países em desenvolvimento, o gado também é uma fonte de energia como força de tiro e uma fonte essencial de fertilizante orgânico para as colheitas.

Nova Zelândia vai proibir a caça do grande tubarão branco



Wellington, 30 nov (EFE).- O Governo da Nova Zelândia anunciou hoje que proibirá a caça e comercialização do grande tubarão branco, numa tentativa de evitar a extinção da espécie, comum nas águas temperadas.

A proibição entrará em vigor em abril de 2007. Quem capturar, matar ou ferir um grande tubarão branco dentro da faixa de 370 quilômetros das águas territoriais da Nova Zelândia pode ser condenado a multa de até US$ 135 mil e penas de seis meses de prisão.

O ministro de Conservação, Chris Carter, declarou que a Lei de Vida Selvagem também considera ilegal a posse ou comércio de tubarões brancos.

Carter, citado pelo jornal "The New Zealand Herald", disse que a lei é parte do compromisso da Nova Zelândia com os postulados da Conferência sobre Conservação de Espécies Migratórias e Animais Selvagens.

"Estes majestosos animais se reproduzem em pequenas quantidades e, sem proteção, podem acabar como uma espécie em perigo de extinção", comentou o ministro.

Segundo o jornal, hoje as mandíbulas de um grande tubarão branco são vendidas no mercado negro da Nova Zelândia por US$ 1 mil a 10 mil.

Restaurante vende sangue e "vinho" de cobras



Vietnã e Camboja, países asiáticos vizinhos, atraem turistas do mundo inteiro não apenas por suas belezas naturais, mas também pela culinária exótica. Enquanto no Camboja aranhas fritas estão à venda em feiras livres nas ruas, sobretudo na cidade de Skun, no Vietnã o destaque fica com restaurantes especializados em carne de cobra.
Em Hanói, turistas em busca de comidas afrodisíacas, viajantes interessados na cura para a calvície ou simplesmente famintos por comidas diferentes têm na carne de cobra uma boa opção. E não é apenas a carne a ser degustada: o cardápio inclui sangue dos répteis e até uma bebida chamada de "vinho de cobra".

Nos restaurantes especializados, os ofídeos, vivos, são exibidos para a escolha dos clientes, seja em caixas de vidro ou nas mãos de funcionários - e filhos de funcionários, que não demonstram medo algum dos animais. As cobras são sangradas e abertas na frente do cliente, que pode beber o sangue ainda fresco.

Segundo as crenças locais, comer cobras combate a fadiga, a perda de cabelo, aumenta a performance sexual e hidrata a pele.

29 novembro 2006

No ventre materno: Os animais



A partir de 3 de Dezembro, às 21h.

O documentário “No ventre materno” está de volta para mostrar a incrível trajetória dos fetos de um elefante, de um cachorro e de um golfinho em uma nova perspectiva. Os mamíferos evoluíram há mais de 200 milhões de anos, se espalharam sobre a Terra e conquistaram cada cantinho do planeta. Mas talvez uma das suas trajetórias mais perigosas e difíceis seja a que eles fazem dentro do útero materno: o período de gestação, da fertilização do óvulo ao nascimento.

ISTO NÃO É MONTAGEM ISTO É CRUELDADE MADE IN CHINA




ÍNDIA PROCESSA PESSOAS QUE ALIMENTAM POMBOS


Os pássaros são acusados de causar doenças respiratórias e de sujar as ruas de Mumbai, capital indiana das finanças e do entretenimentoImprimir Enviar por e-mail Receber Newsletter


Autoridades indianas começaram a cobrar multas de 500 rupias (US$11) para pessoas que sejam flagradas alimentando pombos na elegante área de Marine Drive que fica de frente para o Mar Árabe, na cidade de Mumbai. Trata-se de uma iniciativa para manter a cidade limpa e livre de doenças, afirmou uma autoridade na última terça-feira (14).

Na semana passada, as autoridades distribuíram avisos de "proibido alimentar os pássaros em áreas públicas".

"Pelo menos 20 pessoas foram multadas desde que o esforço pela limpeza teve início", afirmou Vijay Balamwar, comissário municipal assistente de Mumbai.

Turistas e moradores agora terão que se contentar em dar milho aos pombos em áreas restritas designadas especialmente para isso, disse ainda Balamwar. Mumbai é a capital das finanças e do entretenimento na Índia.

"Nós queremos embelezar e limpar o passeio público, mas isso não será possível com fezes de pombos em toda parte", afirmou a autoridade. "Esses pássaros espalham doenças e sujeira", disse ele, "e as pessoas têm que parar de alimentá-los em toda parte".

Os moradores apoiaram a iniciativa. "Os excrementos de pombos causam problemas pulmonares", disse Chandresh Shah, membro da Associação de Residentes de Marine Drive, segundo informações do jornal "DNA", de Mumbai.

"As pessoas vêm aqui e alimentam os pombos, mas não se dão conta dos problemas que isso causa para quem tem asma", acrescentou.

KITS PARA DISSECAR SAPOS VIRAM MANIA NOS ESTADOS UNIDOS


Os kits vinham em uma sacola de pano com um sapo em formol num saco selado a vácuo, tesouras, lentes de aumento, fórceps e régua

NOVA YORK - Uma loja de roupa masculina no elegante bairro de SoHo, em Manhattan (Nova York), fez sucesso com um item curioso: um kit para dissecar sapos -com direito a um exemplar do anfíbio em formol num saquinho selado a vácuo.

Nem o preço salgado espantou os clientes da loja de roupas e acessórios masculinos Jack Spade. É que o kit estava sendo vendido junto com um estojo de couro de US$ 775 e um porta-passaportes italianos de couro de US$ 145.

O kit sozinho custava US$ 40. Mas a conta total total ficava em US$ 960 -mais de R$ 2.000.

Os kits vinham em uma sacola de pano com um sapo em formol num saquinho selado a vácuo, tesouras, lentes de aumento, fórceps, palitos para examinar o batráquio, régua, livro de instruções sobre como explorar as entranhas do animal e toalhinhas umedecidas.

Depois de uma enxurrada de reclamações de compradores e ativistas pelos direitos dos animais, a loja declarou na semana passada que havia vendido todo seu estoque de kits de dissecação e não ia mais oferecer o item.

"O objetivo é celebrar a ciência e a biologia, apresentar algo educacional para crianças e adultos. A Jack Spade não apóia o tratamento antiético de animais"", afirmou o porta-voz da empresa, Mordechai Rubinstein.

Por causa da polêmica que os kits criaram, ele disse que a empresa iria emitir um comunicado de desculpas.

O grupo de defensores de animais "People for the Ethical Treatment of Animals" (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) escreveu uma carta à empresa na semana passada depois que recebeu reclamações sobre o kit.

"Nós ficamos chocados ao descobrir que o kit de dissecação contém a carcaça de um sapo de verdade" afirmou o porta-voz do grupo Michael McGraw.

Cena da novela "No Reino dos Suricatos", do Animal Planet

Caça ilegal pode extinguir elefante asiático na China



O elefante asiático, uma espécie que corre sério risco de extinção, desaparecerá da China em poucos anos se sua caça ilegal não for controlada, disseram zoólogos chineses citados hoje pelo portal "Chinanews".
Os menos de 150 exemplares chineses do paquiderme estão distribuídos nos distritos de Xishuangbannan, Lingcang e Simão, todos na província sulina de Yunnan.

De acordo com os especialistas, o homem continua sendo o maior "inimigo" do elefante asiático, pois além de protagonizar casos de caça ilegal, na busca de seu marfim e pêlo, reduziu seu habitat natural a 5% do original.

Um recente relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) alertou que os conflitos entre humanos e paquidermes se traduziram em um preocupante número: restaram apenas entre 30 mil e 50 mil exemplares em liberdade, a maioria na Índia.

Por sua parte, o Fundo Mundial da Natureza (WWF) advertiu sobre outro risco para a sobrevivência da espécie: a constante demanda de elefantes para zoológicos, circos e outros locais de criação em cativeiro.

Em Xishuangbanna, existe uma "escola" para elefantes, onde os animais aprendem truques acrobacias para serem encaminhados a circos ou reservas.

Elvis Christmas 100% beneficente aos animais abandonados, São Paulo, SP · 09/12



Elvis Christmas - 09/12 sábado - 14 às 20h
***Encontro de fãs de Elvis Presley***
Evento 100% beneficente aos animais abandonados da Chácara Meus Amores

THE WALL CAFÉ: Rua Treze de Maio, 152 - Bixiga - SP/SP
Tel. 3672-2683 - Entrada R$10,00

Shows com Gilberto Augusto
Banda ElvisBack
Sortelvis e feirinha com itens a venda
Muitas homenagens e DVDs exclusivos nos telões
Elvis Festival: concurso de melhor intérprete de Elvis
Informações: www.elvisback.com ou www.chacarameusamores.org.br

Ashes and snow


Simplesmente maravilhoso este trabalho do fotógrafo canadiano George Colbert

08 novembro 2006

ADOÇÃO DE GATOS PRETOS É BANIDA DURANTE O HALLOWEEN (EUA)


Entidades proíbem adoções de gatos pretos e coelhos brancos nesta época do ano para evitar maus-tratos contra os animais

BOISE, Idaho, EUA – Assim como muitos outros abrigos de animais do país, a Sociedade Benfeitora Kootenai, em Coeur d'Alene, no estado norte-americano de Idaho, proibiu as adoções de gatos pretos de 31 de outubro até o dia 2 de novembro, temendo que os animais pudessem ser maltratados em trotes de Halloween – ou, pior ainda, sacrificados em rituais satânicos.

"Talvez o risco seja pequeno", disse o diretor executivo do abrigo, Phil Morgan. "É uma espécie de lenda urbana. Mas nesse setor é bastante comum que os abrigos de animais não permitam doações de gatos pretos ou coelhos brancos por causa de toda essa história de satanismo", afirmou Morgan. "Se impedirmos que apenas um animal seja torturado, então já cumprimos nosso propósito".

Dos 97 gatos do abrigo, 28 são pretos, disse Morgan.

De qualquer forma, alguns especialistas em animais dizem que essa atitude mais prejudica os animais do que os protege.

"Gatos pretos já têm um certo estigma por causa de sua cor", disse Gail Buchwald, vice-presidente do abrigo de animais da Sociedade Americana de Prevenção da Crueldade contra os Animais em Nova York. "Por que penalizá-los ainda mais limitando suas possibilidades de adoção?".

Gatos pretos tendem a ser menos adotados do que outros gatos, afirmou Buchwald.

"Em termos de comportamento, não há diferença em relação à cor dos gatos. A rejeição está relacionada a toda a mitologia a respeito do animal – que diz que um gato preto cruzar seu caminho é sinal de mau-agouro – e essa é uma superstição ultrapassada", disse ela.

Não se sabe ao certo quantos abrigos de animais suspendem a adoção de gatos pretos nesta época do ano, afirma Kim Intino, diretor para assuntos de abrigos de animais da Sociedade Beneficente dos Estados Unidos, mas a moda parece estar passando – juntamente com as já ultrapassadas proibições de adoção de coelhos durante a Páscoa e de bichinhos de estimação como presentes de Natal.

"Se existe gente fazendo rituais com animais, imagino que o Halloween seja uma época propícia para isso, mas um bom processo de adoção tende a cortar esse mal pela raiz", disse Intino. "De qualquer forma, sempre haverá incidentes estranhos de violência contra os animais. A solução
não é banir as adoções de gatos pretos".

03 novembro 2006

Transferência de Alemão é adiada


Depois de seis horas de espera e três tentativas frustradas de anestesiar o chimpanzé Alemão, a equipe do Santuário dos Grandes Primatas desistiu de sedar o animal e transferi-lo do Parque Ecológico de Americana para Sorocaba. Mesmo sob protesto de ambientalistas, advogados e de parte da população, o traslado estava marcado para hoje (30).

A Prefeitura de Americana informou, por meio de assessoria, que a guia de transferência vence hoje. A renovação do documento terá de ser pedida ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O tratador oficial do chimpanzé, José Antonio de Oliveira, levou um tranqüilizante misturado a um suco para o animal. Alemão usou um tapume de madeira para se esconder dos dardos que continham anestésico. Os técnicos lançaram três dardos com uma pistola de curta distância, e só um deles acertou o chimpanzé. "Como ele tirou logo do corpo, não dormiu", explicou Sandra. "Optamos por não usar o rifle de longa distância, para não ferir o animal", disse.

Segundo a coordenadora do projeto GAP-Brasil (um braço do Great Ape Project, ou Projeto dos Grandes Primatas), Sandra Mandruca, o animal ficou estressado por causa da movimentação no zoológico. A diretoria do parque impediu a entrada de pessoas após as 9 horas, mas pelo menos 60 pessoas participaram de um protesto no local.

Para o presidente da ONG Animal Feliz, César Gorrão, o adiamento da transferência deu tempo para que a sociedade se mobilize judicialmente para tentar manter o chimpanzé em Americana. "Estudaremos uma possível ação civil pública", afirmou.

Com aproximadamente 39 anos, Alemão está há 15 em Americana. Antes, pertencia a um circo. A transferência foi pedida pelo prefeito Erich Hetzl Junior (PDT). O Ibama autorizou a mudança, depois de enviar técnicos de São Paulo e Brasília ao santuário de Sorocaba.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Americana, Gustavo Malufe, se manifestou contrário à transferência. "O santuário até comporta o Alemão, mas especialistas dizem que ele não só pode ficar aqui como sua transferência pode gerar estresse ao animal", disse.

Sandra informou que Alemão ficará em um recinto sozinho, num período de adaptação. "Onde ele vive, embora seja um zoológico que trata bem seus animais, há fatores de estresse também. E para o Alemão não é o adequado", afirmou.

O Santuário dos Grandes Primatas segue normas sanitárias passou por vistorias minuciosas do Ibama e tem um quarentenário aprovado pelo Ministério da Agricultura.

Mico-leão-dourado auxilia na preservação da Mata Atlântica


O mico-leão-dourado está para a Mata Atlântica assim como o semeador está para a plantação. A espécie é um importante dispersor de sementes e, ao desempenhar esse papel, auxilia na regeneração da Mata - cujo desmatamento é o principal problema associado a sua extinção. Além de ser um grande consumidor dos mais diversos tipos de frutos, esse pequeno primata espalha as sementes por onde passa, podendo ligar áreas isoladas de mata.

Em seu estudo de mestrado, no Instituto de Biociências (IB) da USP, a bióloga Marina Janzantti realizou uma pesquisa pioneira sobre a função dispersora desse animal. Atualmente, o trabalho tem continuidade no programa de doutorado, também no IB. A experiência de Marina com o tema vem desde 1995, quando ela trabalhava na Associação Mico-Leão-Dourado, entidade que integra o Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado, fruto da cooperação entre o Smithsonian Institution/Zoológico Nacional de Washington - EUA, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Floresta (IBDF) - atual IBAMA - e o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (FEEMA/CPRJ).

Originário do Rio de Janeiro, o mico-leão-dourado habitava toda a baixada litorânea do Estado, mas, atualmente, pode ser encontrado em apenas seis municípios. Para proteção da espécie foram criadas três unidades de conservação, e uma delas é a Reserva Biológica União, a área de estudo da bióloga. Ela foi transformada em reserva pelo IBAMA em 1998 pelo fato de ter recebido seis grupos de mico-leões-dourados advindos de áreas isoladas e ameaçadas pela escassez de mata. Hoje, já são mais de 30 grupos, com uma média de seis animais cada, contribuindo para manter e aumentar a variabilidade genética da espécie.

Comilão e semeador
O consumo de grande quantidade e variedade de frutos faz do mico-leão-dourado um importante dispersor. Em seus estudos no doutorado, num período de um ano e meio, Marina identificou 88 espécies diferentes consumidas pelo animal. Isso se deve ao que ela denominou "tempo de passagem": após uma "refeição", o mico-leão-dourado leva entre uma hora e uma hora e meia para defecar. Um intervalo curto como esse faz com que o animal se alimente várias vezes ao dia e defeque nos locais mais diversos.

O mico engole grande parte das sementes dos frutos, que saem intactas nas fezes e em condições de germinar. A outra parte é cuspida pelo animal e, mesmo dessa forma, a atuação do mico é benéfica, pois, ao ingerir a polpa, ele diminui os riscos de mortalidade da semente por fungos e predadores.

Para as sementes, é importante que sejam depositadas longe da árvore-mãe para haver menor competição por espaço e menos chance de predação. Segundo Marina, numa distância de até 10 metros as sementes correm mais riscos de serem predadas ou de não germinar. A bióloga verificou que o mico-leão-dourado costuma defecar em locais distantes daquele onde se alimentou, numa média de 105 metros, podendo alcançar quase 1 quilômetro. "Apenas 5,8% das sementes foram depositadas até 10 metros do local de origem, enquanto 82,02% ficaram entre 10 e 200 metros, distância considerada favorável para a germinação", explica a pesquisadora.

Além disso, ela comenta que os micos-leões-dourados alocam a grande maioria das sementes em lugares adequados para a germinação. Ou seja, se o fruto é originário de uma região mais úmida, o mico costuma levar a semente para um local de condições semelhantes. Esse comportamento também favorece a germinação.

Sementes desaparecem
Em seu trabalho de campo, a bióloga percebeu que, após a dispersão, grande parte das sementes desapareciam. Para entender se a causa disso estava na predação ou no realocamento das sementes, Marina fez um experimento que excluía a possibilidade de predadores (animais vertebrados, de maior porte) se aproximarem das sementes. E elas ainda assim desapareciam.

Com isso, a pesquisadora concluiu que a maioria das sementes era carregada por invertebrados. Esse dado é positivo, pois significa mais chances de vida para a planta. "As sementes podem ser levadas por esses invertebrados para locais mais favoráveis à germinação".

O mico-leão-dourado é um dos primatas mais ameaçados de extinção do mundo. Estudos sobre seu comportamento irão contribuir para a preservação da espécie, de seu hábitat, e da própria Reserva.

FONTE: http://www.jornaldoestado.com.br/index.php?VjFSQ1VtUXlWa1pqU0ZKUFVrZDRVRnBYZEVabFZsRjRWRzFHYVZKclNsWlhibkJHVUZFOVBRPT0=